
A Polícia Civil de Minas Gerais fez abordagens em dois estabelecimentos comerciais em Teófilo Otoni, sendo um de vistoria, situado às margens da BR 116, e outro de confecção de placa veicular, na área central da cidade, empresas credenciadas pelo Detran de Minas Gerais, após aportar na instituição, denúncias de irregularidades.
O Dr. Robert Levy, titular da Delegacia de Trânsito de Teófilo Otoni, coordenou os trabalhos e disse que foi apurada uma denúncia anônima informando que uma empresa de vistoria, credenciada, estaria obrigando as pessoas que ali procuravam para fazer o serviço de vistoria veicular – ou para transferência de propriedade, ou para emplacamento de veículos 0KM – a contratarem a placa alfanumérica com eles.

Robert Levy está à frente das investigações
“A gravidade está tanto quando eles exigem a troca, mesmo não sendo devida, como quando eles oferecem o serviço de emplacamento de veículo 0KM”, disse o delegado, explicando que: “o Governo do Estado de Minas Gerais tirou as vistorias da sede da Polícia Civil, e terceirizaram essas empresas do serviço de vistoria. Essas empresas, tivemos denúncias, que estavam trabalhando como se fossem despachantes”.
Dr. Robert informa que, o que o Governo de Minas autorizou, é que essas empresas fizessem apenas a vistoria. A parte de emplacamento não compete a elas. Se o proprietário do veículo não quiser fazer ele mesmo o emplacamento, vai contratar um despachante. “Essas empresas jamais podem funcionar como despachantes. Eles não podem fazer processo de transferência de propriedade. Eles não podem fazer placas. E é justamente isso que está ocorrendo”.
O delegado destaca que, “no caso dessa empresa que nós fomos hoje apurar a denúncia, ela não só obrigou a feitura de placas Mercosul, como ofereceu o serviço de emplacamento”. Disse que, “quando ela na transferência de um veículo que não é 0KM, obriga o cliente a trocar a placa, está cometendo o crime de inserção de dados falsos no sistema, está cometendo o crime de concussão, e talvez, nós vamos apurar, também corrupção”.
O Dr. Robert lembra que, essa prática de uma empresa de vistoria agir como se fosse despachante, leva ao descredenciamento. E, durante a ação da Polícia Civil em uma empresa, havia um cliente, ele foi questionado, pois seria um dos casos em que foi obrigado a trocar a placa. “Os nossos vistoriadores olharam aquela placa alfanumérica, e chegaram à conclusão de que a placa estava em perfeito estado, que não havia a necessidade de troca”.
Segundo o delegado, esse caso vai ser levado aos autos da investigação e vai perguntar “à essa vítima, se ele queria a troca da placa. E parece que não. Lá, in loco, a vítima disse que não queria, mas a vistoria não ia passar se ele não comprasse a placa Mercosul”. Isso será apurado, e a Polícia Civil pode estar diante do crime de concussão. O Dr. Robert ressalta ainda que, ao apurar a denúncia, ele e equipe conseguiram chegar exatamente em um momento que uma placa estava sendo colocada, e durante as buscas foram encontradas no local mais 2 placas de motocicleta. As investigações continuam.