“Quando eu puder, vou fazer o que gosto!”: diferenças entre emprego e trabalho

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Juliana Lemes da Cruz.
Doutoranda em Política Social – UFF.
Pesquisadora GEPAF/UFVJM.
Coordenadora do Projeto MLV.
Contato: julianalemes@id.uff.br

O emprego nem sempre faz sentido para aquele que ocupa a vaga. E se isso acontece, o resultado não pode ser diferente de frustração e mediocridade. Quando o emprego não gera satisfação pessoal, prazer e motivação, ele não é a representação de um trabalho, mas sim, de um fardo. É possível, é claro, ter um emprego (fonte de renda) e encontrar nele a conexão com seus valores e com o que te faz sentir útil. Nesse caso, há um trabalho. E quem trabalha, não trabalha! Isso mesmo. Quem trabalha, desempenha suas atividades e sente-se realizado com elas, mesmo que isso lhe custe muitas horas extras. O trabalho gera consciência de si, sentimento de pertencimento e molda o que você deixará de legado ao mundo.

O trabalho humaniza as pessoas e as condiciona a enxergar sentido no que fazem. Isso faz diferença, produz memórias, cria referências e transforma realidades. Por isso, nada melhor que encontrar um modo de aliar o emprego – para suprir necessidades básicas – e o trabalho, para que, além do básico, também sejam supridas necessidades sociais e de autoestima. A senha para o alcance da realização pessoal é ter um trabalho. Afinal, ele sim, faz sentido na vida. Mas, qual a função de cada um nesse processo estranho a tanta gente? Qual a fórmula para transformar a lógica do trabalho como uma espécie de sacrifício em algo que valha a pena ser desenvolvido? Como encontrar sentido no desempenho de atividades em espaços onde as chefias têm desinteresse em conhecer as reais motivações de seus funcionários?

Pensar nisso importa porque envolve três grandes resultados: 1) você pode até desenvolver uma boa atividade no emprego e ser bem remunerado, mas, se você não gosta do que faz, será um frustrado; 2) você pode realizar atividades com excelência e amar o que faz, mas, se não for remunerado, é apenas seu hobby; 3) você pode amar o que faz e ser bem remunerado, mas, se você não desempenha uma boa atividade, será um medíocre. Quem vê sentido no que faz, trabalha bem.

Quem trabalha bem, pode até trabalhar mais, mas, não se sente explorado. O trabalho conecta o trabalhador ao que lhe faz bem, e isso o leva aos seus melhores resultados. O emprego é fonte de renda, que nos permite alimentar, vestir, morar, sentir-nos seguros em companhia da família, acessarmos a propriedade e a saúde. Trabalho é fonte de vida, nutre a amizade, a família, a confiança, a autoestima, permite a conquista. Esse entrelace “emprego e trabalho” conduz à auto- -realização, alvo dos que almejam o sucesso. Você tem emprego, trabalho ou um entrelace? Referência: Pirâmide de Maslow. (Imagem: marcusmarques.com.br)

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