Operação “O Bom Samaritano” investiga fraude em aquisição de medicamentos no Hospital Bom Samaritano

0
843

Entre os alvos da operação estão, ex-procurador geral e ex-secretário de serviços urbanos de Teófilo Otoni

Promotores de Justiça, dr. Julian Fleury e dr. Lucas Dias, e o delegado
de Polícia Civil, dr. Augusto Drumond

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através da Coordenadoria das Promotorias de Defesa da Saúde da Macrorregião Nordeste, com auxílio da Polícia Civil, deflagrou na manhã desta terça-feira (13/07/2021), a operação “O Bom Samaritano, que investiga fraude na aquisição de medicamentos no Hospital Bom Samaritano em Teófilo Otoni.

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, sendo cumpridos 05 em Teófilo Otoni, 01 em Machacalis e 05 em Vitória da Conquista. Os alvos são: um advogado e ex-procurador geral do município de Teófilo Otoni, o ex-secretário de serviços urbanos e empresário do ramo de ferro-velho em Teófilo Otoni, o ex-interventor do Hospital Bom Samaritano, uma empresa de Vitória da Conquista e dois sócios da referida empresa.

O Promotor de Justiça, coordenador das Promotorias de Defesa da Saúde da Macrorregião Nordeste, dr. Lucas Dias, informa que os fatos ocorreram no ano de 2015, e a investigação vem transcorrendo desde o ano de 2019. “Demorou muito, mas os fatos vieram à tona através de informações, provas, depoimentos de testemunhas, só realmente em 2019. Transcorrido todo esse tempo conseguimos deflagrar a operação “O Bom Samaritano”, na data de hoje”, disse.

Dr. Lucas explica que, no ano de 2015, foi concedida pelo município de Teófilo Otoni uma subvenção no valor aproximado de R$ 659 mil, destinado ao Hospital Bom Samaritano, que apesar de ser filantrópico, ele está sob intervenção do município, ou seja, quem naquela ocasião já fazia a gestão do Hospital Bom Samaritano era o município de Teófilo Otoni. Disse que esses valores foram destinados a uma empresa de Vitória da Conquista com o nome fantasia “Suporte”, e a razão social “Mattos Oliveira Medicamentos Ltda”.

O Promotor destaca, que foram ouvidas várias testemunhas, principalmente funcionários do hospital, no qual, pelo volume financeiro e pela quantidade de medicamentos que havia na nota fiscal, daria para solucionar o problema durante vários meses, quem sabe até mais de ano, da falta de medicamentos, no entanto essa não foi a realidade encontrada. “Testemunhas como pessoal da farmácia, do setor de compras, contadores, todos afirmaram que esses medicamentos nunca chegaram. Esse dinheiro foi destinado a essa empresa, e, segundo foi apurado, não há registro da entrada desses medicamentos no Bom Samaritano, e em nenhuma outra unidade de saúde de Teófilo Otoni”.

Dr. Lucas disse que não descarta a possibilidade da existência de mais pessoas envolvidas. O prejuízo estimado para os cofres públicos foi de R$ 659 mil, naquele momento, mas será atualizado, chegando a mais de um milhão de reais. Bens e contas bancárias dos alvos foram bloqueados para ressarcir o município, dessa compra fraudulenta. As investigações continuam. (Foto: cedida por Victor Couy).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui