Dezenas de crianças passam mal por intoxicação alimentar em Ladainha

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O médico plantonista informou que os pacientes apresentavam gastroenterite aguda por intoxicação alimentar; todas foram imediatamente atendidas no hospital local

O fato ocorreu no sábado (03/09), na Rua Tereza Rodrigues Guimarães, Bairro Sagrado Coração de Jesus, em Ladainha. A Polícia Militar foi acionada e informada sobre uma possível intoxicação em massa de dezenas de crianças, uma equipe foi ao Hospital Municipal Doutor Arthur Rausch, fez contato com as solicitantes, três conselheiras tutelares da cidade, também deparou com dezenas de crianças sendo atendidas por médicos e enfermeiros. As conselheiras solicitaram que a Polícia Militar registrasse o fato.

Segundo a PM, o médico plantonista informou que havia atendido entre 60 e 70 pacientes, a maioria crianças, alunas da rede pública municipal de ensino, todas apresentando gastroenterite aguda por intoxicação alimentar, possivelmente bacteriana, caracterizada por forte dor abdominal, náuseas e diarreia. Disse que toda estrutura do hospital foi disponibilizada para o atendimento dos pacientes, foram acionados médicos de folga, de prontidão e ainda teve ajuda de voluntários da área de saúde. Naquele momento todas as crianças já haviam ou estavam sendo atendidas e permaneciam em observação, em bom estado geral, sem risco.

Três professores relataram, que trabalham na zona rural, na rede pública municipal, e conforme planejado pela Secretaria Municipal de Educação, e após autorização dos pais e responsáveis pelos alunos, neste sábado, foi realizado um passeio turístico pela cidade com os alunos de três escolas. Por volta das 12h todos foram ao Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) para almoçarem.

Uma professora disse que enquanto comia notou que a comida estava com um “gosto meio azedado” e não conseguiu comer tudo, deixando uma parte no prato. Outra disse que a comida estava com a aparência e gosto normal, mas alguns colegas teriam comentado posteriormente que haviam sentindo um gosto azedo. Ela não sentiu nenhum desconforto e não precisou de atendimento médico. Um professor disse que a comida estava com a aparência normal, mas que ao terminar a refeição, ele e outros notaram um forte odor de coisa estragada. Após o almoço, o passeio continuou, mas aconteceu de crianças e servidores municipais começarem a passar mal, sendo todos atendidos no hospital local.

Uma mulher que trabalha no CEMEI disse que foi ajudar as suas colegas a arrumarem o local que havia recebido os alunos, que todos já haviam almoçado, e ela decidiu comer um pouco da mesma refeição, e quando comeu o arroz com frango notou que estava com um forte cheiro de “perdido”, tendo descartado no lixo. A perícia técnica da Polícia Civil não foi ao local, mas o delegado da cidade orientou que fizessem a coleta de amostras dos alimentos e bebidas servidas aos alunos e servidores, e encaminhassem imediatamente à delegacia de polícia, local onde, extraordinariamente, uma servidora os aguardava para receber o material, assim foi feito.

Tão logo tomou conhecimento dos fatos, a Secretária Municipal de Educação determinou o fechamento do CEMEI até a deliberação da Polícia Militar ou Polícia Civil. Disse que, há vários meses foram planejados passeios culturais com alunos das escolas da rede pública municipal, que diversos alunos já fizeram esse passeio, e nesta data foi o dia dos alunos da escola Evilásio Ferreira (comunidade rural Cabeceira de Sete Posses), da escola Telêmaco Esteves Guimarães (Três Ferros), e da escola Neófito Caldas (comunidade Mumbuca Um), e 69 pessoas participaram do evento, sendo 55 alunos, 07 professores, 05 serviçais e 02 motoristas.

As instalações da cantina do CEMEI foram apresentadas aos militares, e apresentavam-se limpas, arejadas, organizadas e sem sinais de arrombamento. A Nutricionista do CEMEI prestou as informações técnicas necessárias. Ela tem controle do fluxo de entrada de todos os alimentos e bebidas servidas ordinariamente no CEMEI, com rígido controle de validade, fornecedores, e não foi encontrado nenhum alimento com validade vencida, ou aparentemente impróprio ao consumo humano no local. Como a demanda para o passeio era atípica, teve que solicitar, de última hora, alguns pacotes de peito de frango de uma mercearia para misturar no arroz que seria servido.

O prefeito Reled Maikel disse que, assim que tomou conhecimento do fato, acionou todos os secretários da sua administração para prestar total apoio aos alunos e servidores vítimas da intoxicação, e foi imediatamente para o hospital para auxiliar no que fosse preciso. Rapidamente determinou, que fossem acionados todos os médicos e enfermeiros disponíveis na cidade, além de assistentes sociais, defesa civil, ambulâncias e motoristas, o que possibilitou o rápido socorro e atendimento das vítimas. Disse que todas foram rapidamente atendidas, medicadas e acolhidas no hospital, e não faltou medicamentos ou suplementos para os pacientes. Ele incumbiu a assistência social de comunicar às famílias de todos os alunos e acompanhar aqueles que permaneceram no hospital, e disse que também adotará medidas para tentar descobrir as causas do ocorrido.

A diretora do hospital forneceu, por meio das fichas de atendimento, nomes dos pacientes vítimas da intoxicação, e por se tratar de uma demanda extraordinária e repentina, havia possibilidade de alguns nomes ainda não terem sido lançados nas fichas. Aos policiais militares foram repassados nomes de 68 pacientes, dentre crianças e adultos, e devido às circunstâncias algumas pessoas não foram qualificadas ou teriam sido de forma incompleta. (Ocorrência registrada pela PMMG/ Foto: cedida por Victor Couy).

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