Polícia Civil investiga morte de mulher por enforcamento em Itambacuri

0
1159
Angélica Fernandes Pereira, de 27 anos, vítima

A Polícia Civil está investigando a morte de Angélica Fernandes Pereira, de 27 anos, ocorrida no sábado (13/1), em Itambacuri. A Polícia Militar foi acionada e foi ao local, rua Nagib Ali Ganen, bairro Santa Clara, onde Angélica, com aproximadamente 6 meses de gestação, foi localizada morta, em um quarto da residência, sentada no chão, com uma corda amarrada ao pescoço e presa à janela. O companheiro da vítima, J.R.C., de 59 anos, disse que estava em casa quando ela chegou, por volta das 6h deste dia, após ter passado a noite fora.

O companheiro disse que abriu a porta para ela, que foi para o quarto dobrar e guardar roupas que estavam sobre a cama. Ele voltou a se deitar no colchão na sala e dormiu. Minutos depois acordou, foi ao quarto onde a encontrou com a corda amarrada na janela e no pescoço dela, e que no desespero, cortou a corda com uma faca, desfez o laço e deitou a vítima ao chão, já sem vida, e saiu à procura de ajuda, tendo um amigo ido à sua casa, sendo o primeiro a entrar no local após os fatos.

Segundo a PM, quando a equipe chegou ao local, não estava isolado, não foi preservado, e J.R.C. havia revirado todo o cômodo à procura do celular da vítima. O guarda-roupa estava revirado, cama bagunçada e diversos objetos pelo chão. Segundo a PM, diante do cenário encontrado no local, informações obtidas de terceiros e da perícia, J.R.C. recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzido à delegacia de Polícia Civil.

Delegado de Polícia Civil, dr. Eduardo Gil está à frente das investigações
(Crédito/Foto: Diário Tribuna)

Investigações – O delegado da Comarca, dr. Eduardo Gil concedeu entrevista ao Diário Tribuna e disse que, quando ele e equipe estavam no local dos fatos, antes de analisar todos os elementos, antes de analisar o corpo no IML, e de retirar parte do couro cabeludo da vítima para verificar sinais que evidenciariam se seria suicídio ou feminicídio, acabou inclinando para o feminicídio, descartando inicialmente a prática do suicídio. Mas, com a retirada do corpo do local e encaminhamento ao IML para a necropsia, o perito teve mais informações para formar sua opinião sobre o fato. Analisou principalmente a doutrina aplicada aos tipos de enforcamento e estrangulamento, que seria uma dessas duas hipóteses. “O enforcamento quando a pessoa suicida, e o estrangulamento quando alguém comete uma conduta criminosa contra a vida de outras pessoas, usando neste caso específico a corda que seria o instrumento utilizado e deixado no local do crime”, disse Gil.

Dr. Eduardo Gil destaca que, a corda tinha pouca dimensão por comprimento, mas, pela análise dos fatos, considerando o local de rompimento da corda que foi utilizada no cenário, rompimento que se deu pelo próprio suspeito, e unindo um pedaço ao outro não dava pra fazer um laço característico dos enforcamentos. Mas, disse que era possível passar a corda ao redor do pescoço para que o enforcamento ocorresse.

Gil destacou, que ainda está com algumas informações a serem levantadas, principalmente por meio de prova testemunhal e análise do aparelho celular da vítima, para ao final da investigação decidir pelo indiciamento do suspeito, que na audiência de custódia teve a prisão em flagrante relaxada pelo juiz de plantão, que se baseou pela prova técnica, que seria o laudo pericial que já estava encaminhado junto aos autos. Ressalta que vai prosseguir com as investigações para verificar se na verdade ocorreu suicídio ou um caso de feminicídio.

Outro detalhe observado pela equipe de polícia judiciária, é que as marcas de lesões no pescoço da vítima não coincidem com as marcas deixadas pelo enforcamento, pois a marca deixada pela corda no pescoço estava em linha reta horizontal, tomando como referências, a parte anterior e posterior do pescoço. Que, pelo peso do corpo das vítimas de autoextermínio, esta marca se produz numa linha diagonal ou transversal, acompanhando a linha do maxilar até a parte inferior das orelhas, nuca.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui