A disputa para deputado estadual: os candidatos mais bem votados no Nordeste de Minas

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Juliana Lemes da Cruz.
Doutoranda em Política Social – UFF.
Pesquisadora GEPAF/UFVJM.
Coordenadora do Projeto MLV.
Contato: julianalemes@id.uff.br

Em Minas Gerais, a disputa pelo governo do Estado findou logo no 1º turno das eleições de 2022, com a reeleição de Romeu Zema (Novo). Para o senado, Minas elegeu Cleitinho (PSC). Para a Assembleia Legislativa, foram 77 deputados estaduais e para a Câmara, 53 deputados federais eleitos/reeleitos. No que se refere à região nordeste de Minas, figuras conhecidas se reelegeram deputados estaduais: Neilando Pimenta, Jean Freire, Coronel Sandro e Gustavo Santana. Restaram primeiros suplentes à cadeira de deputado federal de seus respectivos partidos, o deputado federal Fabinho Ramalho (MDB) e o ex-prefeito de Caraí, Vavá (AVANTE).

Na sua 1ª candidatura à ocupação de uma das cadeiras da Assembleia Legislativa de Minas, Comandante Marinho, que obteve expressiva votação como candidato a prefeito de Teófilo Otoni nas eleições 2020, apesar de ter sido bastante apoiado na região, não foi eleito. Assim como, a candidata e representante quilombola e das comunidades rurais, Maria Alves. Ademais, outros representantes de Teófilo Otoni também tentaram assumir cadeiras no legislativo (estadual ou federal) o secretário municipal, Tarcirlei; o vice-prefeito, Éder Detrez; a vereadora Eliane Moreira e o dr. Kênio, capitão médico da Polícia Militar. Por outro lado, Bruno Farias, representante da categoria da enfermagem, foi eleito deputado federal.

Na microrregião de Teófilo Otoni e nas microrregiões que a circundam: Almenara, Araçuaí, Nanuque e Pedra Azul –, dois candidatos se destacaram dentre os cinco mais bem votados em todos os territórios. São eles: Dr. Jean Freire (PT), o 18º mais bem votado de Minas, com 84.489 votos e Neilando Pimenta (PSB), o 17º mais bem votado, com 85.364 votos. Ambos, reeleitos.

Quanto aos demais candidatos elencados entre os cinco mais bem votados das microrregiões e que foram eleitos (as), estão: Beatriz Cerqueira, 2ª mais bem votada de Minas, com 248.664 votos; Tito Torres, o 11º, com 96.811 votos; Gustavo Valadares, 12º, com 96.714 votos; Carlos Henrique, o 21º, com 82.881 votos; Duarte, 29º, com 71.880 votos; e Gustavo Santana, 69º, com 43.282 votos.

Em todos os territórios o período eleitoral foi tenso, especialmente, no 2º turno. A região de Teófilo Otoni foi destaque estadual nas denúncias de assédio eleitoral no ambiente de trabalho. Mais na iniciativa privada do que no setor público, graves relatos deram conta de que patrões, em reuniões internas, orientavam funcionários a decidirem por um determinado candidato, sob pena de não conseguirem manter seus empregos se o referido não fosse vitorioso no pleito.

Durante a campanha presidencial de 2º turno, o município de Teófilo Otoni foi palco dos dois candidatos à presidência. No dia 21/10 foi a vez de Lula (PT), acompanhado de Simone Tebet (MDB), senadora e candidata à presidência que ficou em 3º lugar na disputa e Marina Silva (REDE), deputada federal eleita por São Paulo e ex-ministra do meio ambiente. No dia 26/10, a vez de Bolsonaro (PL), acompanhado do candidato a vice, o mineiro General Braga Neto, de Romeu Zema (NOVO), governador de Minas e de Cleitinho, eleito senador por MG. No dia anterior, já na cidade, Zema anunciou a retomada das obras do Hospital Regional, paradas há quase uma década. As manifestações populares foram amplas, tendo mobilizado, cada uma delas, cerca de 20 mil pessoas na região central da cidade.

As visitas dos presidenciáveis foram destaque nos noticiários nacionais que enfatizaram a importância da disputa por votos no município de Teófilo Otoni e região. Isso porque, uma característica marcou o cenário no 1º turno: o governador Zema – apoiador declarado de Bolsonaro –, conquistou a maioria dos votos para governador no município de Teófilo Otoni e em Minas. E, por outro lado, Lula foi escolhido pela maioria dos eleitores para a presidência, tanto em Teófilo Otoni, quanto no estado. O resultado do 2º turno registrou votação inédita, com a mais estreita diferença de votos já registrada entre os candidatos. Foram em torno de dois milhões de votos de vantagem de Lula sobre Bolsonaro, o que garantiu ao ex-presidente sua recondução à Presidência da República do Brasil pela terceira oportunidade.

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