A delegada de Polícia Civil, dra. Hérika Ribeiro Sena e o Promotor de Justiça, dr. Hélio Pedro Soares acompanharam, na tarde de segunda-feira (7/8/2023), uma inspeção no local onde uma mulher, de 30 anos, morreu soterrada na noite de sexta-feira (4/8), na Travessa Antônio Pereira Augustinho, rua ao lado do cemitério municipal de Teófilo Otoni. Os trabalhos foram feitos em conjunto por todos os peritos da Polícia Civil de Teófilo Otoni, incluindo um especialista engenheiro, e investigadores também acompanharam os trabalhos.
A vítima é Márcia Rodrigues Sena, 30 anos, que estava deitada quando um grande bloco de concreto desprendeu-se de uma estrutura utilizada como passarela, deslizou e atingiu seu quarto. Ela teve o corpo esmagado causando sua morte instantânea. Ainda havia mais 4 moradores no imóvel que não foram atingidos por estarem em outros cômodos da casa. O local não tem acesso para automóveis, e no dia dos fatos, dificultou o plano de ação do Corpo de Bombeiros, que recebeu apoio da defesa civil e de uma empresa de aluguel de máquinas, com equipamentos e operadores.
Após longo período de trabalho, a equipe conseguiu triturar uma grande parte do bloco de concreto e retirar o corpo da vítima debaixo dos escombros. Um morador da residência disse que, ao chegar em sua casa, já no final da tarde, “percebeu um vazamento de água no ponto do deslizamento, e que infiltrações são recorrentes naquele local”. Uma perita fez os trabalhos e o corpo da vítima foi removido ao IML para a necropsia.
Inspeção – Nesta segunda-feira (7/8), nossa reportagem acompanhou os trabalhos da perícia técnica da Polícia Civil, voltada para a questão da engenharia, e ouviu a delegada, dra. Hérika Ribeiro Sena. Ela disse que, através dos laudos fornecidos pelos técnicos que estão analisando o solo, toda questão da segurança do local, para averiguar se existe alguma situação criminal relevante que possa ter ensejado na morte de Márcia, vai poder falar melhor sobre o caso. Até então não foi instaurado inquérito, porque no momento não tem o que se falar em crime, e o que está acontecendo são algumas diligências preliminares para averiguar o que aconteceu. “E a gente só vai poder tecer algum detalhe se realmente algum crime vai ser investigado, a partir da análise dos laudos”, disse a delegada. Foram dois dias de perícia pela Polícia Civil, no dia do fato, e nesta segunda-feira.
O Promotor de Justiça, dr. Hélio Pedro Soares disse que esteve no local a convite da Polícia Civil para garantir maior transparência à inspeção visual inicial, e que ainda não há nenhum juízo de valor sobre as causas desse trágico acidente, por isso não poderia avaliar, a princípio, qual seria a participação do Ministério Público em todo esse episódio. Disse que a investigação ainda está num campo informal. Apenas visual na inspeção in-loco, depois esses trabalhos serão transformados num relatório, que será avaliado pelo MP, para que possa embasar alguma investigação que eventualmente possa surgir.
“Trazer um apoio à autoridade encarregada da investigação. Houve uma morte não natural e isso implica na participação, em primeiro plano, da Polícia Civil, tentando apurar se há algo de interesse criminal. E o material que será coletado a título de prova vai ser enviado oportunamente ao Ministério Público, que vai avaliar se há realmente interesse em prosseguir com as investigações à busca de algum responsável”, disse Soares, ressaltando que, nesta hora as instituições têm que se valer dos seus instrumentos legais, periciais, técnicos. “É pra isso que o Estado é aparelhado. E aqui vem as autoridades acompanhando esse trabalho para ter depois uma dimensão melhor ao fazer uma avaliação do resultado dessas perícias”, concluiu o dr. Hélio Pedro.