Doutora em Política Social (UFF).
Conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Contato: lemes.jlc@gmail.com | @julianalemesoficial
Entre os dias 13 e 15 de agosto foi realizado na cidade de Recife, capital de Pernambuco, o 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o evento mais aguardado do ano sobre o campo da segurança pública nacional. Neste ano, que o FBSP celebra seus 18 anos, o encontro contou com duas Conferências internacionais que destacaram as temáticas das “Câmeras Corporais” e da “Saúde Mental dos Profissionais da Segurança Pública”. Foi composto por 48 mesas de debate com os palestrantes mais bem qualificados e/ou destacados do país em suas respectivas áreas, dentre eles, gestores públicos, profissionais da segurança pública, sociedade civil, organizações não governamentais, instituições privadas e movimentos sociais.
Em uma cerimônia de abertura em caráter de participação restrito a convidados e imprensa, dentre outras dezenas de autoridades nacionais e internacionais, participaram o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Sílvio de Almeida; a Governadora e Vice-Governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra e Priscila Krause; e do Secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Mário Sarrubbo.
Na ocasião, Juliana Lemes, articulista da Coluna Interfaces do Jornal Diário Tribuna, assistente social de formação e doutora em Política Social pela Universidade Federal Fluminense, conselheira do FBSP e cabo da Polícia Militar mineira, lotada na Seção de Emprego Operacional do Estado-Maior da 15ª Região PM, sediada em Teófilo Otoni, participou da cerimônia de abertura do encontro e palestrou em uma das mesas de debate.
A convite do FBSP, Dra Juliana expôs argumentos pouco levantados sobre “como colocar em prática o enfrentamento do racismo na segurança pública por meio de abordagens antirracistas”. O debate contou com público de diversas regiões do país e palestrantes que representaram instituições de defesa da população negra, além de policiais (civil e militar).
Como o tema ainda é um tabu e apesar de não se limitar à população negra, as falas com pontos de vista divergentes sobre o assunto produziram uma rica discussão. De um lado, a óptica dos interlocutores de organizações de apoio à população negra e de outro, a óptica de representantes dos trabalhadores da segurança pública (policiais). O embate oportunizou um momento de flagrante quebra de paradigmas sobre o lugar de cada sujeito nos desafios diários relacionados às abordagens policiais e a urgência da incorporação efetiva da temática do racismo na ação prática dos profissionais de segurança pública em todos os cantos do Brasil, iniciando pela via, necessária, da mudança de consciência dos gestores à frente dessas instituições.
Afinal, o profissional da ponta dos serviços tende a responder aos estímulos da gestão, apesar de suas limitações na compreensão de temáticas socialmente sensíveis, como é o “racismo”. Nessa direção, uma alternativa seria o esforço à qualificação profissional sistemática que seja metodologicamente alinhada à realidade dos agentes desde o ingresso destas nas corporações/instituições. Mais informações sobre o evento poderão ser buscadas no site oficial do FBSP: https://forumseguranca.org.br/
