Operação em Nanuque apura crimes de corrupção, falsidade ideológica e ocultação de documento público

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Na Operação “Putredine” foi preso um escrivão judiciário e cumprido mandados de busca e apreensão em três escritórios de advocacia

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deflagraram uma operação, nesta quarta-feira (14/04/21), para apurar a prática de crimes de corrupção, concussão, falsidade ideológica, advocacia administrativa e ocultação de documento público em benefício próprio, no município de Nanuque. Foi cumprido mandado de prisão contra um escrivão judiciário, e mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia. O nome da operação é Putredine, que no latim significa podridão.

A investigação durou seis meses. Segundo a promotora de Justiça Marianna Michelette da Silva, “a responsabilidade dos envolvidos nesses crimes está sendo apurada no inquérito policial e deverá ser finalizada até a próxima semana, quando inicia o prazo do Ministério Público para o oferecimento da denúncia. Além da decretação da prisão preventiva, o Poder Judiciário afastou o servidor de suas funções e deferiu outras medidas cautelares”.

O Delegado Regional da Polícia Civil de Nanuque, dr. João Ferraz, informou que “foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Fórum local e em escritórios de advocacia”. Ele ressalta que, “as ações correram tudo bem, foram arrecadados documentos, telefones celulares, notebooks”. E enfatiza que a ação da Polícia Civil combate não só os crimes que estão na periferia, mas também os que se encontram nas áreas mais elevadas financeiramente, na sociedade, e mostra que realmente a PC cumpre o seu papel, não escolhe os alvos, só apenas os fatos.

Ferraz destaca que as investigações continuam nas demais fases pra poder esclarecer a participação dos outros integrantes. Como foram apreendidos aparelhos celulares, documentos que buscam esclarecer a participação de mais envolvimentos nos crimes que estão sob apuração: corrupção, concussão, advocacia administrativa, supressão de documento público, entre outros crimes que foram praticados e investigados, e desencadeou a operação nesta data. Todo material apreendido será periciado, as investigações vão analisar todo conjunto probatório que a polícia judiciária tem em mãos.

Prisão – Dr. João Ferraz informa que o escrivão foi preso preventivamente e já se encontra na Penitenciária de Teófilo Otoni à disposição da justiça. Além de escrivão judicial ele estava como chefe de Secretaria da 2ª Vara de Nanuque. Nesta mesma quarta-feira (14), ele foi ouvido por mais de uma hora de interrogatório.

Questionado sobre a ligação do escrivão com os advogados, dr. João informa que “ele favorecia os advogados nessas ações no Fórum. Os crimes, esse da supressão de documento público, é porque ele extraviou os autos. Tem um processo que sumiu do Fórum, na verdade ele tinha levado pra casa, sem registro, e depois o processo simplesmente depois do que ele fez o que ele queria fazer, apareceu do nada no Fórum, e isso foi registrado pela polícia, por câmeras”.

O delegado ressalta que são crimes graves. “Usando-se do cargo dele, ele estava patrocinando causas dentro do Fórum, trazendo muito dessas vantagens que ele tem pelo cargo. E os advogados que faziam parte desse grupo, eram os advogados beneficiados nessas ações dele”.

Escritórios de advocacia – Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três escritórios de advocacia. A operação foi coordenada pelos delegados, dr. João Augusto (Delegado Regional de Nanuque) e dr. Luiz Bernardo. (Informações: MPMG e PCMG/Nanuque).

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