O projeto foi abraçado por entidades de classe e empresários que vão custear toda logística da ação dos médicos na cidade
Um grupo de médicos de Teófilo Otoni criou um projeto que é um socorro à população neste momento de pandemia do novo coronavírus, uma ação voluntária para atender pessoas que apresentarem os primeiros sintomas da doença, evitando que o quadro clínico se agrave, além de evitar a ocupação de leitos hospitalares. Em reunião realizada na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-TO), neste domingo (28/06), com os médicos e empresários, o Diário Tribuna foi convidado a participar e acompanhou o andamento dos trabalhos.
O vice-presidente da CDL e presidente do ICETAS, Luiz Resende alerta para as fases da doença. São três e a terceira já é de internação, por isso a importância do projeto, tratar as pessoas já nos primeiros sintomas. “Esse projeto que já tem 41 médicos, todos voluntários, as entidades de classe vão ajudar na doação dos remédios, pra serem doados pra população. A gente quer evitar exatamente esse problema que está tendo aqui em Teófilo Otoni, de hospitais cheios, de leitos de UTIs lotados”. Resende disse que o que tem visto aqui são pessoas ligando pra prefeitura e não conseguem falar ou eles falam “ahh você está sentindo o que? Então fique em casa”.
“Nós temos caso lá na rádio (98), de relatos de pessoas que ligaram pra prefeitura, eles ficaram de ir lá e ficaram uma semana sem ir, aí a pessoa começou a passar mal e teve que ir para o hospital, ou então comprar remédio por conta própria. Isso aí que a gente está querendo evitar, essa deficiência que o poder público aqui de Teófilo Otoni está tendo no atendimento. A gente quer suprir isso, evitar. O que o poder público deveria estar fazendo que é dar o tratamento inicial, não está sendo feito, a gente quer fazer essa parte por nós mesmo”, disse.
O médico, dr. Felipe Ganem informa que o grupo já está com 41 médicos que estão se organizando pra ajudar na promoção da saúde em Teófilo Otoni. Ele deixou claro que é um movimento apolítico, sem fim lucrativo, que está tendo respaldo das entidades de classe – CDL, ACE e Sindcomércio, da Indiana e outros que abraçaram a causa, isso os deixa muito felizes e quem tem a ganhar é a população que for abrangida pelo tratamento. Ele explica que o projeto já vem acontecendo em várias regiões no país e os médicos de Teófilo Otoni já estão se organizando, mas depende de muita coisa, como estrutura física, doações, medicamentos, treinamento de equipe conforme protocolo, pra todos estarem em conformidade com o que está sendo proposto.
O grupo de médicos destaca que, a sinalização hoje é o tratamento na fase precoce. “Essa fase é onde a gente consegue ter uma maior atuação ao que tudo indica, no sentido de salvar vidas. Depois que o paciente já está na situação mais grave, nossa atuação é importante, mas a gente vê que os resultados já não são tão favoráveis”. Disse que o grupo ainda está desenhando o protocolo de atendimento, mas a ideia é da telemedicina, que envolve também uma coleta de dados vitais com espaço físico que ainda será definido onde vai ser.
O empresário Alexandre Mattar da Rede de Farmácias Indiana foi convidado a participar, se envolveu no projeto e vai ajudar na sua viabilidade. “Tenho certeza que vai ser um sucesso e vai trazer mais tranquilidade, mais saúde pra nossa população”. Alexandre frisa que os médicos aderiram ao projeto, atendendo de forma voluntária, por iniciativa deles, e ele fica feliz por ver uma iniciativa dessas na cidade. A função da Indiana será conseguir alguns medicamentos pra Covid que são de difícil aquisição hoje no mercado, mas a Indiana que é uma rede de farmácias já consegue. “Todo medicamento que a gente tiver acesso, conseguir estoque, a Indiana vai viabilizar a entrega para a população. Com muito prazer que a Indiana tem essa iniciativa também, de contribuir com a população, com a medicação que for necessária”. Ele colocou ainda o laboratório de sua empresa à disposição dos médicos.
O presidente do Sindcomércio, Iesser Lauar informa que as entidades de classe estão colocando à disposição toda estrutura de gestão, logística, funcionários, linhas telefônicas, recursos pra aquisição dos remédios, pra que o trabalho possa ser feito o mais breve possível, atingindo o máximo da população, prioritariamente as pessoas que às vezes não tem condições de ter esse atendimento médico e o acesso ao remédio. Iesser ressalta que não só a pessoa com sintomas será atendida e tratada, como também toda a sua família. (Fotos: Diário Tribuna).
