Missão da indústria

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Flávio Roscoe
Presidente da Federação
das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg)

A importância de uma entidade representativa de classe se mede por sua capacidade de entregar resultados aos seus associados e, muito especialmente, à sociedade na qual está inserida e faz parte. É assim que a FIEMG vê e entende a sua missão de representar a indústria mineira, nos quatro cantos do estado, em todos os setores e segmentos. É com este sentimento que comemoramos, na última sexta-feira, o Dia da Indústria, criado por um mineiro ilustre – o presidente Juscelino Kubitscheck, que sempre viu o setor como poderoso instrumento de transformação econômica e desenvolvimento social. Justa e merecidamente, JK foi o primeiro brasileiro a receber a Medalha do Mérito Industrial, criada pela CNI para homenagear brasileiros que se destacaram em atividades de fortalecimento do setor. Recebeu-a das mãos de Lídio Lunardi, também mineiro e que, à época, presidia a CNI.

Desde 1960, a FIEMG também celebra o Dia da Indústria e distingue empresários com a Comenda da Ordem do Mérito Industrial e com os títulos de Construtor do Progresso e Industrial do Ano. Este ano, em uma solenidade virtual em razão da pandemia, 14 companheiros, de todas as regiões do estado e de todos os segmentos, foram agraciados com a Comenda do Mérito Industrial. O título de Construtor do Progresso foi entregue ao Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Germano Vieira, titular de uma gestão que é exemplo para o país. O Industrial do Ano 2020, Marco Antônio Tonussi Rodrigues, é exemplo de empresário do século 21, empenhado em promover o crescimento econômico e fazer dele eficaz instrumento de inclusão e transformação social.

Marco Antônio comanda um grupo empresarial cujo perfil espelha com fidelidade a moderna indústria que estamos construindo em Minas Gerais – inovadora, desenvolvedora de tecnologia e verdadeiramente comprometida com os valores e princípios da responsabilidade social empresarial. Operando no campo da eletrônica, Marco Antônio sensibilizou-se com o drama deflagrado pela COVID-19 e mobilizou-se para produzir aqui mesmo, em Minas e na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o equipamento mais demandado em todo o mundo neste momento – os ventiladores pulmonares/respiradores mecânicos. A Inspirar Participações, holding do Grupo, está preparada para produzir até 12,5 mil. Com uma vantagem adicional: o preço é 1/3 do cobrado em outros mercados brasileiros e também nos grandes mercados mundiais. Este, com certeza, é o DNA que queremos ver predominar na indústria mineira. E é, felizmente, o que está ocorrendo: empresas inovadoras, tecnológicas e cidadãs.

Os melhores exemplos são exatamente as ações de solidariedade que sensibilizaram e mobilizaram a indústria mineira nestes últimos 18 meses: em janeiro de 2019, no rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho; um ano depois, em janeiro deste ano, as enchentes destruidoras, com volumes recordes de chuvas; e, agora, a pandemia da COVID-19. Em todos estes eventos a indústria mineira se mobilizou, solidariamente, para contribuir. No caso mais recente e ainda em curso, da pandemia, participamos da construção do hospital de Campanha do Expominas, com 768 leitos, do aumento de leitos nos hospitais Mário Pena (BH) e Mater Dei (Betim), fabricação de máscaras, jalecos e álcool em gel para atender profissionais da saúde em todas as regiões do estado.

É uma obra coletiva e sinérgica, que mobiliza 60 mil indústrias distribuídas por todas as regiões do estado, representadas por 134 sindicatos empresariais de todos os segmentos e setores industriais. Nesta estrutura também estão 24 Conselhos e Câmaras Temáticas e o nosso Conselho Estratégico, formado pelas 38 maiores empresas em atividade em nosso estado. À FIEMG, com muita honra, compete a responsabilidade de liderar este grande mutirão solidário cujo objetivo maior é exatamente trabalhar integradamente com todos os segmentos da sociedade mineira, identificando demandas, necessidades e aspirações – e, naturalmente, trabalhando para ajudar a resolvê-las.

É, felizmente, um trabalho que está dando certo, produz resultados relevantes para a sociedade mineira e, em essência, mostra que estamos no caminho certo. Nestes dois últimos anos, os primeiros da nossa Gestão Pró-Indústria, os números são expressivos. No campo financeiro, transformamos déficit em superávit. No campo da atração de investimento para Minas, foram R$ 2 bilhões em projetos que vão gerar mais de cinco mil empregos. Na área da educação, sempre prioridade da indústria mineira e da FIEMG, aumentamos em 18% as matrículas no SENAI (ensino profissionalizante) e em 22% no SESI (educação básica). SESI e SENAI destacam-se entre as maiores redes de ensino básico e educação profissional do estado. Também participamos ativamente das grandes mudanças que começam a colocar o nosso país no século 21 e cujo símbolo mais emblemático é a reforma da previdência.

São números que mostram que a indústria mineira tem trabalhado com obstinação para enfrentar e vencer as crises sucessivas dos últimos anos. Mesmo diante de tantas adversidades, a indústria cumpre a sua missão de gerar crescimento econômico e fazer dele poderoso instrumento de transformação e inclusão social.

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