Governo de Minas rescinde contrato de concessão do Estádio Independência

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Desde 2015, empresa contratada deixou de repassar cerca de R$ 36 milhões ao poder público; medida vai gerar economia aos cofres do Estado

Estádio Independência foi transformado em arena multiuso após ser assumido pelo governo estadual

Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), publicou, no sábado (12/03), no Diário Oficial do Estado, o decreto de caducidade do contrato de concessão do Estádio Independência, firmado com a empresa Luarenas. O motivo da rescisão unilateral é o não pagamento ao poder público, desde 2015, dos valores devidos pelo uso do estádio, que já somam R$ 36 milhões.

A decisão foi tomada após uma série de tentativas de diálogo da atual gestão com a concessionária que, além do não pagamento, também descumpriu diversos outros deveres contratuais, como a manutenção de licenças, seguros, garantias e pagamento de tributos. Durante esse período, chegou a ser instaurado procedimento de conciliação das partes junto à Advocacia-Geral do Estado (AGE), que foi extinto em função da inércia da concessionária no fornecimento de documentos necessários para um eventual acordo.

O contrato de concessão entre o Estado e a Luarenas foi firmado em 2012, mas, ao longo dos anos, se mostrou deficitário em função das alterações no cenário macroeconômico, o que levou a descumprimentos reiterados da concessionária, especialmente no pagamento da outorga devida ao governo estadual.

Com o término do contrato de concessão, o Governo de Minas pretende corrigir o imbróglio de mais de uma década e impedir que novos gastos públicos sejam realizados, especialmente em um momento de difícil quadro financeiro, situação ainda mais impactada com a pandemia da covid-19. Sob a gestão do Estado, foram investidos, à época, cerca de R$ 149 milhões nas intervenções da Arena Independência, que, em valores atualizados, correspondem a cerca de R$ 370 milhões.

Custos operacionais – O Governo de Minas está em tratativas avançadas para que o proprietário do estádio, o América Futebol Clube, volte a ser o responsável por sua administração. O Estado não assumirá a gestão direta do Independência, já que, para isso, seriam necessários cerca de R$ 9,3 milhões por ano para bancar os custos operacionais do estádio em situação de pleno funcionamento, o que geraria um gasto total de R$ 65 milhões até 2029, ano previsto para devolução do equipamento ao América Futebol Clube. Da mesma forma, uma nova concessão demandaria o custo anual de aproximadamente R$ 5,4 milhões a serem pagos a uma nova concessionária, gerando aos cofres públicos um gasto de R$ 38 milhões até 2029.

Sylvio Coutinho / Divulgação

Melhorias – O estádio que será entregue pelo Governo do Estado passou por uma completa modernização da estrutura nas áreas esportivas, vestiários, centro médico e sala de imprensa. Há distribuição de bares, lojas e elevadores ao longo dos corredores, salas administrativas e operacionais e modernos sistemas sonoros, elétricos, de CFTV e automação predial. Situação bastante diferente do antigo estádio Independência assumido à época pelo governo estadual. O local possuía uma estrutura precária e foi transformado em uma arena multiuso com capacidade para aproximadamente 23 mil pessoas, tendo em vista os megaeventos de futebol sediados pelo Brasil em 2013 e 2014, entre eles a Copa do Mundo.

Tratativas – O acordo entre o Governo de Minas e o América está sendo intermediado pelo Ministério Público e é fundamental para evitar novos gastos públicos com o imóvel, considerando a situação financeira do Estado e as necessárias medidas de austeridade para o equilíbrio das contas públicas. Uma audiência está marcada para a próxima semana.

A concessionária terá o prazo de 60 dias para o cumprimento de suas obrigações e transição da operação do imóvel ao novo operador, de modo a manter o imóvel funcional nesse período.

(Agência Minas)

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