
Uma quadrilha especializada em roubo de cargas e caminhões virou alvo de uma operação complexa da Polícia Federal, com atuação em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso. A ação foi deflagrada nesta terça-feira (30) com mandados de prisão e buscas para desmontar o esquema criminoso que vinha operando há quase um ano.
As investigações apontam que o grupo praticou ao menos 50 crimes entre agosto de 2024 e junho de 2025. Para cumprir as determinações judiciais, foram expedidos 35 mandados de prisão temporária e 49 de busca e apreensão, além do bloqueio de bens ligados à organização criminosa.
Uso de bloqueadores e atuação sofisticada
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha usava bloqueadores de sinal de celular, GPS e Wi-Fi para impedir o rastreamento dos veículos roubados. Os caminhões eram levados para galpões, onde passavam por desmanche, e as peças eram revendidas com notas fiscais falsas. Parte das negociações acontecia em plataformas virtuais.
As investigações também identificaram a participação de um suposto sócio de empresa de rastreamento, que fornecia acesso a tecnologias usadas no monitoramento de cargas, como LoRa e LoJack.
Diversas formas de atuação
O grupo atuava de diferentes formas: desde abordagens armadas diretas, passando pelo falso frete contratado por aplicativos, até ataques a motoristas em pontos de descanso. Em alguns casos, os veículos eram desviados com o uso de carretas de apoio.
Bens bloqueados e crimes investigados
A Justiça determinou o sequestro de aproximadamente R$ 40 milhões em bens e valores, além da suspensão de atividades de pessoas jurídicas envolvidas com a organização.
Os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, roubo, receptação e lavagem de capitais.
Alta dos crimes em Minas
O roubo e furto de cargas têm sido um desafio crescente para a segurança pública em Minas Gerais. Entre janeiro e julho de 2025, foram registradas 316 ocorrências, uma alta de quase 16% em comparação com o mesmo período de 2024, quando houve 273 registros.
De acordo com a Polícia Federal, a operação tem como objetivo não apenas prender os envolvidos, mas também enfraquecer a estrutura financeira da quadrilha, que lucrava com a venda ilegal de veículos e peças em diferentes estados.










