Na cidade do Vale do Mucuri, colonização influenciou na cultura alimentar e virou oportunidade para empreendedores apostaram em pratos e receitas típicas
Outubro é um mês que revela a diversidade cultural. Uma das celebrações neste período é o das origens e costumes germânicos. O tradicional encontro da comunidade alemã nasceu na cidade de Munique, na Baviera, e se popularizou no mundo todo, justamente neste período do ano. As receitas e pratos típicos da comunidade europeia podem ser apreciados também em estabelecimentos gastronômicos de Teófilo Otoni.

A relação dos europeus com Vale do Mucuri tem origem quando o fundador da cidade, Teófilo Benedito Ottoni, publicou em jornais a informação de que cederia terras a quem se interessasse em povoar uma nova região no Nordeste mineiro que ele desbravava, na época chamada Filadélfia. Sendo assim, houve grande oportunidade para a comunidade que vivia em terra arrasada, devido às consequências da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A partir daí, a comunidade se instala, com isso, influência na culinária local.
Atualmente, a cidade de população de quase 140 mil habitantes, conta com ‘gastronomia plural’. Além da culinária típica do interior de Minas, carrega essa forte influência, além de outras, como a baiana e a libanesa. O fato é registrado no Guia Gastronômico construído pelo Sebrae Minas. Por meio do Programa Prepara Gastronomia, foi feito um levantamento histórico sobre a culinária e a cultura local.

Segundo o gerente do Sebrae Minas, Rogério Fernandes, ao visitar a casa de um descendente desta comunidade, é fácil encontrar o joelho de porco, os embutidos e até mesmo o chucrute como prato principal no almoço de domingo. “Trabalhamos com os donos dos bares e restaurantes a ideia de que isso precisa estar sendo ofertado nos cardápios. Com isso, as oportunidades de venda se ampliaram”.
Do clássico joelho de porco a cortes nobres
Rodrigo Hollerbach decidiu aliar as paixões: descendência e gastronomia. No início, fabricava sua própria cerveja. Depois, veio a oportunidade de ampliar seu negócio e estruturar a ‘Hollerhaus’. “Sou um apaixonado pela cozinha há muito anos, por isso resolvi partir para o ramo dos embutidos e defumados, momento que surgiu a fábrica”, conta o empreendedor.
Hoje, por meio de encomenda, Rodrigo oferece o autêntico sabor alemão, com opções de defumados: Lombo, Copa Lombo, Bacon, Joelho de Porco, Cracóvia e Pancetta. “São pratos com ingredientes cuidadosamente selecionados e feitos artesanalmente para garantir qualidade, sabor autêntico. No Prepara Gastronomia, descobrimos que esse é o nosso diferencial.”
Clássico com sabor intenso
Já na Matuta Cozinha, restaurante que tem uma proposta de menu degustação de cinco pratos sequenciais: canapés, entrada, prato principal e sobremesa, é ofertado o ‘Menu Filadelphia’. Nele, um dos pratos é o Imigrante, composto por Chucrute – conserva feita à base de repolho fermentado, acompanhado de Salsicha ao Molho de Mostarda. A combinação é famosa por sua simplicidade com sabor marcante.
Fofa no lugar da Pfefferkuchen
Quem é de Teófilo Otoni conhece a ‘Fófa’ ou Pfefferkuchen (Fefecurren) – uma espécie de pão de mel. O Pfefferkuchen é feito com diversas especiarias, como canela, cravo, gengibre, mel, açúcar mascavo, dentre outras, mas no Papo Café virou ‘Borogodó’. A tortinha leva em sua base a Fofa. A mistura é intensa, com cardamomo das arábias no chantilly, café e doce de leite de Minas no recheio.
Cerveja tem lugar de honra
A tradição cervejeira na Alemanha é sustentada por um compromisso inabalável com a qualidade. Teófilo Otoni conta com fábricas que produzem a bebida de forma artesanal: a Juarez e a Platônica. Assessoria de Imprensa – Regional Jequitinhonha e Mucuri Samuel Martins – samuel.stark@sebraemg.com.br










