Henrique Addiny é formado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, empresário – diretor comercial da Aladim Distribuidora com sede em Teófilo Otoni, onde trabalha ao lado do seu pai, o empresário Cassio Addiny e colaboradores da empresa. Henrique tem visão empreendedora, e, apesar de nunca ter ocupado cargo eletivo é um apaixonado por política em todas as esferas. Um jovem com ideias promissoras no campo empresarial e político, assumiu recentemente o PSDB em Teófilo Otoni e pensa em reestruturá-lo, dando um novo dinamismo e credibilidade ao partido. Henrique disse que o PSDB terá chapa majoritária com bons nomes no partido, mas o nome que vem sendo trabalhado é o de Paulo Henrique Coimbra, pré-candidato que já foi testado e aprovado por 12 mil pessoas na cidade. Disse que Paulo Henrique tem a visão de quem quer criticar, mas também quer contribuir para o desenvolvimento da cidade
DIÁRIO TRIBUNA – Já ocupou cargo eletivo?
HENRIQUE ADDINY- Nunca ocupei, nem nunca me candidatei a nenhum cargo.
DT – Como vê o cenário político atualmente, no geral, em todas as esferas?
HA – Eu vejo um cenário bastante dividido, o presidente foi eleito com grande apoio popular, as pessoas com intenção de mudar a forma como era feita a política no Brasil, e confiaram muito no presidente. Só que, o Brasil tinha um sistema político bastante contaminado e o presidente está enfrentando dificuldades, não apenas pela pandemia, que veio posterior, mas está tendo dificuldade em seguir com sua agenda que era de apoio popular. As pessoas estão enxergando em grande parte esses entraves que são criados pelos congressistas, às vezes até pelo Judiciário. Eu acho que é importante que as pessoas percebam que eleger um salvador da pátria não é a solução, elas têm que se envolver melhor, tomar mais cuidado com todos os seus votos, desde a política municipal aos seus representantes no legislativo. Eu acredito que esse antagonismo de ideias é positivo. O Brasil viveu aí 16 anos com uma forma de pensar quase absoluta, e agora a gente enxerga discussões. O que não pode é que isso se leve para o radicalismo, para a violência, para o desrespeito, agora ter divergência de ideias eu acho que é positivo.
DT – A população ultimamente está um pouco desacreditada quando se fala em política. Como poderia reverter isso para mudar a visão dos milhares de eleitores?
HA – Eu acredito que esse descrédito da política ele vem de um longo período, e eu acho que esse próprio descrédito favoreceu os políticos da “velha política” que é um termo bastante usado. Acho que eles gostavam que a impressão da política fosse negativa, pra que boas pessoas não se interessassem em disputar. Acho que eles mesmos gostavam de alimentar essa visão da população, mas acredito que desde a última eleição as pessoas estão se interessando mais. Elas viram que paradas e apenas reclamando elas não vão conseguir mudar, e a gente viu movimentos de rua que a gente não via. Nós vimos a eleição de candidatos que nunca tiveram qualquer expressão política, muitos deles se mostraram opções ruins outras boas opções, e as pessoas já estão se interessando mais. E o que eu posso dizer pra reverter isso, não sei se tenho esse poder, mas na minha visão é que a única forma da gente viver num país melhor é não se omitir, realmente se interessar, e por mais que pareça um mar de lama, é responsabilidade nossa como cidadão se envolver, participar, na medida que a gente tenha disponibilidade. Sabemos que as pessoas têm o dia inteiro de trabalho pra, muitas vezes conseguir se sustentar. Dentro do possível temos que interessar, buscar, porque só assim vamos conseguir viver num país melhor, mais justo, que é o interesse de todos.
DT – Você assumiu o PSDB em Teófilo Otoni recentemente, como recebeu o partido? Pensa em reestruturá-lo? Como?
HA – Eu recebi o partido no início do ano. Foi uma opção arriscada, prestes a uma eleição municipal, mas foi um desafio que eu decidi assumir. Recebi o partido com grande número de filiados, um partido com história aqui, que já foi bastante consolidado, mas fora isso não existia nenhuma estrutura. Nós pretendemos fazer isso, inicialmente nos aproximando de pessoas que a gente confia pra poder trocar as primeiras ideias e montar aquilo que seria a primeira base do partido. A partir daí trabalharemos incansavelmente pra montar um grupo de pessoas alinhadas com nossa forma de pensar, para que dali saísse uma chapa de candidatos a vereador consolidada. Esse processo está em curso, temos reuniões, ainda que remotas com essas pessoas, e o PSDB apresentará pra Teófilo Otoni com certeza uma chapa de candidatos que eu acredito vai ser aprovada em boa parte. Além disso, estamos pretendendo abrir a sede provisória do partido, provavelmente assim que for autorizado pelas autoridades, pra receber as pessoas, trocar ideias, pra nos apresentar e colocar nossa cara a tapa. Temos a pretensão de participar da eleição majoritária, temos uma pré-candidatura no partido, estamos conversando com outras lideranças e a ideia é que o PSDB participe ativamente dessa eleição municipal.
DT – Você é um empresário, como passou a se interessar no campo da política?
HA – O interesse pela política iniciou na área acadêmica, quando eu estudava na universidade ou até um pouco antes, sempre gostei de participar da política universitária e também de participar de grupos paralelos, tanto pra estudar quanto pra debater o que acontecia na política nacional e internacional. Falando em política partidária isso se deu mais após eu voltar pra Teófilo Otoni. Eu me formei no Espírito Santo, quando voltei comecei a trabalhar, participar efetivamente da vida econômica da cidade, identifiquei vários problemas que a gente gostaria de dar sugestões, de participar. Quando digo a gente, digo eu, a minha família, as pessoas do meu ciclo social, do meu ciclo de trabalho, e sempre com reclamações, mas também com opiniões, sugestões, e a gente não encontrava e não encontra o caminho pra fazer esses apontamentos. Nós identificamos que a única forma pra isso era se envolver diretamente com a política partidária. Talvez por esse meu interesse, as pessoas naturalmente foram dizendo que eu deveria ser a pessoa pra centralizar esse interesse que a gente tinha. E foi assim que eu acabei me disponibilizando e me interessando em assumir a presidência do partido aqui em Teófilo Otoni.
DT – Você pensa em abrir uma sede provisória do partido em Teófilo Otoni? Quando?
HA – Nós pretendemos abrir, já temos o espaço, será um local central onde as pessoas vão ter facilidade pra chegar. O que falta é o momento mais oportuno em relação à pandemia do coronavírus, mas assim que for oportuno iremos abrir sim.
DT – Dá pra você fazer uma avaliação do cenário econômico e como poderá ficar no futuro com essa crise que estamos vivendo em razão da pandemia do coronavírus, com muitos estabelecimentos fechados?
Acredito que o Brasil vinha em um processo que indicava um crescimento econômico, indicava um crescimento do PIB, isso muito por reformas estruturais que foram votadas no parlamento brasileiro, bem como um ajuste fiscal liderado pelo nosso ministro Paulo Guedes. O Brasil passou a gastar menos, retomar a confiança do investidor. Tanto interno quanto externo as pessoas voltaram a investir. E esse investimento que foi retomado deu indícios de que nossa produção interna iria aumentar. Aumentando o número de empregos, o consumo das famílias. A crise do coronavírus acabou nos forçando a dar passos pra trás, ao mesmo tempo, que muitas medidas dos governos estaduais e municipais exigiram fechamento de pontos comerciais. Além disso, o governo teve que gastar muito em ações como o auxílio emergencial, na medida provisória que trata da suspensão do contrato de trabalho, projetos de crédito, financiamento de folha de pagamento. Tudo isso fez o Brasil dar passos pra trás economicamente, muitas vezes de forma necessária, mas do ponto de vista macroeconômico nós fomos prejudicados. O que eu consigo enxergar pra agora é uma retomada muito lenta e gradual após o fim dessa crise que se tornou a pandemia do conoravírus. Acho que nós teremos várias empresas que não voltarão a abrir suas portas, vários cidadãos desempregados e a economia não se ajusta de uma hora pra outra. Onde fechou uma empresa não abre outra automaticamente. Nós termos um ano 2020 de bastante dificuldades.
DT – Quais são os planejamentos e quais serão as ações do partido para as eleições municipais 2020, com relação a candidatos – prefeito e vereadores? Quantos candidatos o partido consegue fazer?
HA – Planejamentos em relação à prefeitura, eu acredito que é uma coisa bem própria nossa. Nós temos nossa ideia, queremos eleger algumas cadeiras, mas falar em uma expectativa numérica, eu vou preferir preservar pra mim.
DT – No contexto que estamos vivendo, com a pandemia do coronavírus, há possibilidade das eleições municipais serem adiadas? Como vê essa possibilidade?
HA – Em relação a adiamento das eleições a gente vê muito nas redes sociais, nos meios de comunicação o atual presidente do TSE, o ministro Barroso, falar em possibilidade de adiamento enquanto na realidade quem teria esse poder é o Congresso Nacional. E avaliando as discussões hoje no Congresso eu não acredito na possibilidade das eleições municipais não ocorrerem em 2020. Acredito que seja possível que ocorra em novembro ou dezembro de 2020, isso sim. Mas após esse ano eu não acredito e não vejo interesse no parlamento em fazer essa modificação. Acredito que não é o caso, a gente pode espalhar a eleição, evitar a concentração de pessoas, mas o exercício democrático da eleição esse ano é muito importante, porque é uma das raras oportunidades da população ser ouvida, de se fazer ouvir. Não enxergo com bons olhos um adiamento pra outro ano e não acredito que o Congresso fará.