De Nanuque para Manaus: o encontro com a história do cadete Luiz – PMAM

No dia da abertura do 4º Congresso Internacional de Segurança e Defesa – CISD, ocorrido em Manaus, estado do Amazonas, tive uma grata surpresa. Após minha fala como presidente do Conselho do FBSP naquele dispositivo formal do evento, fui abordada por um Cadete da Polícia Militar do Amazonas. Gentilmente, o policial elogiou minha eloquência no palco e disse ter ficado orgulhoso de me ver naquele lugar: ao lado do Secretário de Estado de Segurança Público do Amazonas, do Reitor da Universidade Estadual do Amazonas, do Coordenador das Pós-Graduações em Segurança Pública das distintas unidades do Brasil e outras autoridades.  Aquele Cadete do 1º ano atende pelo nome de Luiz Gustavo e logo fez questão de dizer que foi criado no município de Nanuque – Minas Gerais, onde sua família vive.

Pensei comigo: que mundo pequeno! Luiz pareceu estar feliz por ter me visto representar a categoria e eu, mais ainda, por tê-lo encontrado tão longe, cumprindo suas metas de vida. Por isso, partilho com vocês a história do Luiz, a fim de mostrar que conhecer novos lugares nos treina para não ter medo do desconhecido e assim, não deixar passar boas oportunidades.

Natural de Guarulhos – São Paulo, ainda criança, Luiz foi para Nanuque/MG. Seu pai, aposentado, buscava um lugar pacato para viver. Filho do senhor José Luiz e da senhora Eliene, o jovem cadete tem dois irmãos – Luiz Henrique e José Augusto.Cursou Ensino fundamental e Médio em Nanuque. Graduado em direito pela Faculdade do Sul da Bahia – FASB, em Teixeira de Freitas – BA, é especialista em Segurança Pública e Inteligência Policial pela Faculdade Cristã da Amazônia. Ainda no 9º período de graduação o Luiz passou na Ordem dos Advogados do Brasil, OAB/MG com registro 151905, ao mesmo tempo em que fazia concurso para a carreira policial em Minas, Espírito Santo e Bahia. “Minha primeira aprovação veio na Polícia Penal da Bahia, onde fiquei por mais de 10 anos”. Entre os anos de 2014 e 2019, Luiz passou em outros concursos dentro das vagas, a saber: Polícia Penal de Minas, Polícia Militar da Bahia, Polícia Militar de Minas Gerais e Polícia Militar do Distrito Federal.

“O que me fez não assumir outro concurso foi a questão da remuneração e a ascensão na carreira. Como já era concursado – buscava uma aprovação de oficial ou delegado. O detalhe é que eu só fazia concurso nessas regiões pra poder ficar próximo da família”.  Em 2019 Luiz foi mobilizado pela Força Tarefa de Intervenção Penitenciário FTIP, hoje chamada de Força Penal Nacional do Ministério da Justiça, atuando em crises no sistema prisional. Até 2022, Luiz prestou serviço nos estados do Pará, Rio Grande do Sul (pandemia), Roraima e Porto velho, além de Brasília. “Oportunidade que conheci a região norte e me apaixonei. Foi um choque de realidade. Percebi aqui uma terra de cultura, de um povo apaixonado e protetor da sua região e riquezas. Bem como, desmistifiquei fatos que a mídia (como um todo) passava daqui, de um lugar atrasado, que só tinha mato, rios e bichos”, destacou Luiz.

Em 2021, com a abertura do concurso para oficial de polícia do Amazonas, obteve êxito no processo e ingressou. “Se não fosse a oportunidade de conhecer aqui antes, eu jamais teria vindo fazer este concurso. Os astros se alinharam ao meu favor para que eu fizesse esse concurso – estava na região à época e já tinha um sentimento por aqui. Hoje estou no curso de formação de oficiais do Amazonas e realizado profissionalmente. Aqui estou reiniciando minha vida profissional e convicto de onde pretendo chegar. Quero me dedicar ao máximo à corporação, poder agregar e ser útil de alguma forma. Sou eternamente grato à Polícia Penal da Bahia e tenho amigos lá, sobretudo, no conjunto penal de Teixeira de Freitas. No início eu entrei no concurso por mera estabilidade financeira, mas saí de lá um amante do sistema prisional e com respeito àqueles que trabalham num local tão sensível e complexo da segurança pública. (Referência: Cadete Luiz PMAM)