Esta frase teria sido dita pelo atirador ao soldado Lima enquanto empunhava a pistola do policial e o revólver 38, mirando a vítima no seu banheiro. O motivo seria um suposto relacionamento entre sua namorada e o soldado Lima.
Minha análise? Um caso clássico de um dos ganchos das relações de poder e força que compõem a estrutura da sociedade e que se manifesta de forma inconsequente na violência masculina. O menino educado para ser o viril, o forte que não chora e que não leva desaforo para casa, torna- -se um homem que pauta sua vida por competições com outros homens, onde sua moral vale mais do que qualquer coisa.
E dentre os troféus de um vencedor, a figura feminina como um objeto de disputa. Os corpos das mulheres são vistos como propriedade e em certa medida, inconscientemente ou não, as mulheres sentem-se valorizadas com esses “duelos”, onde ela, como mulher, é o pivô.
Com urgência, precisamos falar mais sobre masculinidades e de que forma podemos evitar que tragédias como esta se repitam. A desconstrução de valores e da ideia da “honra” e da competição masculina como um princípio para se sentir forte, parece- -me importantíssima às novas gerações de meninos. Precisamos repensar a educação dos meninos e as pressões que fazemos sobre eles.
As matérias sobre o caso podem ser acessadas no site do Jornal Diário Tribuna. (https://diariotribuna.com.br/?p=5152 (19/10/20) e https://diariotribuna.com.br/?p=5165 (21/10/2020).