Uma pergunta…

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Aníbal Gonçalves – Pedagogo

Em uma edição desta minha coluna dirigi uma pergunta aos eleitores e eleitoras: onde estou…? Antes que se faça qualquer análise sobre a minha pergunta, é preciso ter em mente que o meu posicionamento político-partidário – à distância dos caciques e dos índios – sempre foi e é a condição sine qua non [essencial] para a existência da minha independência diante dos gestores públicos, sejam os atuais ou aqueles que os precederam.

Mas para que possamos perceber a minha pergunta de forma panorâmica e não apenas como mais uma aleivosia contra a atual gestão municipal, vejamos o que nos revela a tão decantada democracia, aqui propalada como participação popular pelo “jeito petista de administrar”.

Em 1734, Voltaire faz uma comparação entre as instituições políticas de Roma e da Inglaterra e mostrou que a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns são os árbitros da nação e a balança que faltava aos romanos, pois em Roma os grandes e o povo estavam sempre divididos, sem intermediários. E a história nos confirma que os regimes totalitários não tiveram e ainda não têm, como em Cuba – que o petismo tanto exalta, um parlamento em pleno funcionamento.

É sabido que o Poder Legislativo – leia-se, por exemplo, a Câmara Municipal de Teófilo Otoni, tem as funções de legislar, fiscalizar e debater temas de interesse da sociedade. Em Teófilo Otoni, porém, como posso demonstrar, há um certo vazio do poder, por motivo da falta de transparência do Executivo municipal, que não informa os dados requeridos em profundidade pelo Legislativo.

Os temas de interesse da população, debatidos naquela casa legislativa, são oportunos e bem formulados, a exemplo dos diversos pedidos de esclarecimentos aos titulares das diversas secretarias municipais.

A tão alardeada participação popular pela atual gestão municipal nos dá oportunidade também para uma consideração acerca do que se chama hoje “democracia semi-direta”, ou seja, a participação direta do eleitorado em algumas questões polêmicas e de importância para a comunidade.

Nesse contexto, a atual gestão municipal já perdeu a credibilidade e a confiança de expressiva parcela da população teofilotonense, criando um grande problema para a sustentação da nossa democracia e gerando uma equivocada polarização político-partidária sem eira nem beira.

Assim, minha indagação: “Onde estou…?” reverbera nos ouvidos moucos da atual gestão municipal, que a partir do entendimento de alguns e profecia de outros eventuais integrantes do poder, só fez e faz satanizar este colunista, na busca incessante para transformá-lo no inimigo público número um do petismo – ou do sucupirismo.

Nada melhor do que um dia após o outro…

Não jogo no time de “quanto pior, melhor”.

Torci pelo êxito da atual gestão municipal, mas sem ufanismo. Urge, contudo, que se faça uma reforma profunda no modus operandi da gestão municipal – por ora diplomada e empossada –, a partir deste 2021, reduzindo a zero as iniciativas medíocres e passando a considerar, mesmo que sob forma de críticas, as sugestões que possam fazer funcionar com eficácia o governo em Teófilo Otoni.

Aníbal Gonçalves é pedagogo, graduado em Administração Escolar, ex-diretor da Escola Estadual de Coroaci – MG [hoje Dona Sinhaninha Gonçalves] e professor de Filosofia, Sociologia e História da Educação. Foi chefe do Departamento de Educação Cooperativista da CLTO. Atualmente, jornalista e radialista da 98 FM (Teófilo Otoni) e colunista do Jornal Diário Tribuna.

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