Eu não me conformo…

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Aníbal Gonçalves – Pedagogo

Recebo com frequência mensagens e e-mails de meus leitores e leitoras. São gotas de atenção que me alegram os dias, mesmo quando são contestadoras.

Não vou mentir que não me envaideço ao receber alguns e-mails elogiando o meu texto nesta coluna ou o meu posicionamento e comentários na rádio 98 FM. Sinto-me coruja ao saber que meu rebento – texto ou posicionamento – passeia por mãos e mentes de forma tão efetiva. E gratificado ao constatar que um sopro de inspiração (e muita transpiração) ainda motiva pessoas e contribui para que elas possam descobrir que vale a pena lutar por melhores dias.

Mas, em meio a essa luta, perpassa a minha mente o nefasto resultado da eleição municipal para prefeito, que mesmo diante de uma diferença de 754 votos, ou seja, 1,13% a favor da reeleição do prefeito petista Daniel Sucupira, não representa a vontade da maioria da população de Teófilo Otoni, que anseia por mudanças.

Meu agoniado coração de cidadão Honorário teofilotonense se confrange, se constrange, se dobra, se amassa, se vira pelo avesso, se curva que nem o último cigarro no bolso de um bêbado. Tenho a convicção de que no peito de um cidadão de bem se abre um rasgo e dele jorra indignação represada e um desejo ensandecido de que se faça justiça em hábil tempo.

Por isso a decisão, de primeira instância e assim sendo dela cabe recurso, do juiz Eleitoral Geraldo Rodrigues de Oliveira – diga-se, embasada na legislação vigente e corroborada por decisões anteriormente exaradas por eminentes integrantes do Judiciário – cassando os registros das candidaturas do prefeito reeleito Daniel Sucupira e de seu vice, Dr. Eder Detrez, por abuso de poder político, representa um alento para os desalentados cidadãos de bem de Teófilo Otoni.

O que fez este des(governo) petista na gestão da nossa cidade, do nosso município? Eu nada digo, somente penso em voz alta que geração mais vagabunda a nossa que se rendeu às evidências e deixamos que Teófilo Otoni se tornasse um acervo ignóbil de lambança administrativa, retirando dos teofilotonenses a tão sonhada e necessária qualidade de vida. A má gestão se tornou banal, vulgarizada, assimilada e nada fazemos a não ser rezar e padecer de patologias diante dos quadros hoje reinantes, tais como poluição sonora e o desperdício do já escasso dinheiro público.

Pois é, quer queiramos ou não, Teófilo Otoni é isso, um covil de alguns companheiros e de algumas companheiras petistas e de alguns coleguinhas de infância do prefeito mamando nas tetas da prefeitura, um shopping center do petismo e, por extensão, do sucupirismo. E o pior que nos acontece é essa indiferença de bovinos pastando, é esse nem te ligo enquanto não me ferir mais profundamente.

Estamos perdendo a capacidade de nos indignarmos, nos tornamos rebanho à mercê dos ferozes leiteiros do mal. Não passamos disso, de um bando de mansos ruminantes rezando para não ser a próxima vítima deste furdunço administrativo que tanto nos assola. Eu não me conformo com isso. Não posso me conformar com uma sociedade de sonâmbulos que mansamente enfia a cabeça no cepo da guilhotina.

E você…?!

Aníbal Gonçalves é pedagogo, graduado em Administração Escolar, ex-diretor da Escola Estadual de Coroaci – MG [hoje Dona Sinhaninha Gonçalves] e professor de Filosofia, Sociologia e História da Educação. Foi chefe do Departamento de Educação Cooperativista da CLTO. Atualmente, jornalista e radialista da 98 FM (Teófilo Otoni) e colunista do Jornal Diário Tribuna.

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