
Delegado Geral de Polícia – Aposentado. Prof. de Direito Penal e Processo Penal. Mestre em Ciência das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória/ES. Especialização em Combate à corrupção, antiterrorismo e combate ao crime organizado pela Universidade de Salamanca – Espanha. Advogado. Autor de livros
Que a paz não seja apenas um sussurro retórico, mas um brado vivo nas ações dos homens e nas escolhas das nações. Que se erga, entre os povos, a sagrada chama da igualdade, dissolvendo as correntes da miséria, calando para sempre o clamor da fome, encerrando o ciclo das guerras. Que a justiça social não seja miragem, mas estrada firme trilhada por corações valentes. Que a diversidade floresça como jardim da humanidade, e a solidariedade seja o laço invisível que une destinos distintos em um só gesto de amor. Que o humanismo resplandeça como aurora de uma nova era. E que, por fim, tombem por terra a arrogância e a hipocrisia, para que o mundo seja digno da luz que ainda há de nascer.
RESUMO: A eleição do Papa Leão XIV, o primeiro pontífice norte-americano e proveniente de um país de maioria protestante, marca um momento histórico na Igreja Católica. O presente artigo narra os fatos que envolveram sua escolha, traça sua trajetória missionária e analisa criticamente o conteúdo do seu primeiro discurso ao mundo, centrado na paz, no amor e na fraternidade. A mensagem inaugural de Leão XIV projeta um novo paradigma pastoral, com forte apelo à sinodalidade, à justiça e à construção de pontes entre povos, religiões e culturas.
Palavras-chave: Papa Leão XIV; Igreja Católica; paz; sinodalidade; discurso inaugural; Robert Francis Prevost; diálogo inter-religioso.
INTRODUÇÃO
No dia 08 de maio de 2025, às 13h07, os olhos do mundo se voltaram para o céu da Cidade do Vaticano. A fumaça branca elevou-se da Capela Sistina, simbolizando a eleição do novo pontífice: Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV. Com 69 anos, nascido em Chicago (EUA), ele entra para a história como o primeiro papa oriundo de um país de maioria protestante. Sua eleição representa mais que uma escolha religiosa — é um gesto emblemático de universalidade, reconciliação e abertura da Igreja Católica.
Sua trajetória espiritual, marcada por humildade, compromisso missionário e profunda atuação na América Latina, especialmente no Peru, moldou um pastor sensível às dores sociais e à construção de pontes entre diferentes povos. Seu discurso inaugural ecoou com potência profética ao clamar por uma paz desarmada e acolhedora, chamando todos à unidade e ao testemunho evangélico.
BASE CRÍTICA
O discurso inaugural de Leão XIV constitui um marco teológico e pastoral. Inspirado na saudação do Cristo Ressuscitado — “A paz esteja convosco” —, o novo papa assume o pontificado com uma proposta centrada na misericórdia, na escuta e no caminhar conjunto. Suas palavras recuperam a teologia do encontro, tão cara ao Concílio Vaticano II e reafirmada por seus antecessores, sobretudo João XXIII, João Paulo II e Francisco.
Há um claro apelo à sinodalidade — palavra-chave do atual momento eclesial —, entendida como caminhar juntos, com escuta mútua e corresponsabilidade. O novo papa reforça a necessidade de uma Igreja próxima, missionária, que se debruça sobre os que sofrem, promovendo a caridade como caminho autêntico da fé.
Agradecendo ao papa Francisco e evocando Santo Agostinho — “com vocês sou cristão, para vocês sou bispo” —, Leão XIV revela-se herdeiro de uma tradição que valoriza o serviço pastoral em detrimento de qualquer triunfalismo clerical. Sua fala convoca todos os fiéis a serem construtores de pontes, valorizando o diálogo inter-religioso e cultural como forma de superação das divisões que corroem a humanidade.
Ao dirigir-se à sua amada diocese de Chiclayo, no Peru, Papa Leão XIV não apenas honra suas raízes missionárias, mas projeta um pontificado que nasce do Sul global, mesmo sendo de origem norte-americana — um símbolo poderoso da unidade na diversidade e do intercâmbio entre culturas e continentes.
CONCLUSÃO
Ergue-se no horizonte espiritual da humanidade um novo tempo: o tempo de Leão XIV, o Papa das Pontes. Sua voz, serena e firme, rompeu o silêncio da Praça de São Pedro com uma saudação ancestral: “A paz esteja convosco!” — não como mero cumprimento, mas como grito escatológico que clama pela união dos povos, pelo fim das guerras, pelo retorno ao Evangelho da ternura.
Sua mensagem, entrelaçada com a mística de Maria, com a memória do papa Francisco e com o vigor da tradição agostiniana, representa uma convocação à reconstrução espiritual do mundo. Leão XIV não inaugura apenas um pontificado, mas ergue, com palavras e gestos, uma ponte entre o céu e a terra, entre o passado da fé e o futuro da esperança.
Que seu primeiro gesto como Sucessor de Pedro, ao invocar a intercessão da Virgem de Pompeia e chamar o mundo à oração e à paz, seja a semente fecunda de um tempo novo. Um tempo em que, como diz o próprio papa, “o mal não prevalecerá”, pois estamos todos nas mãos de Deus. Que assim se cumpra o Evangelho da paz, onde quer que a humanidade caminhe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus, 2015.
BEOZZO, José Oscar. A Igreja entre a modernidade e a globalização. Petrópolis: Vozes, 2001.
BRASIL. O presente texto passou por ajustes estruturais e terminológicos para fins de adequação técnica e argumentativa. Fonte: ChatGPT. Acesso em 08 de maio de 2025;
CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium. Vaticano, 1964.
FRANCISCO, Papa. Evangelii Gaudium: Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. Vaticano: Tipografia Vaticana, 2013.
TEIXEIRA, Faustino. Diálogo Inter-religioso: perspectivas e desafios. São Paulo: Paulinas, 2012.
VATICANO. Discurso inaugural do Papa Leão XIV. Praça de São Pedro, 08 de maio de 2025. Disponível em: https://www.vatican.va